segunda-feira, janeiro 30, 2006

Cratera.

Refugio-me no gritante silêncio da minha pedante ignorância e entrego-me à obediente intranquilidade do teu sorriso caramelizado.
Desconheço a constringida vereda da enraizada confiança e plano sobre a grave realidade da tua presença com a efémera certeza de ignorar o que sinto e o que desejo sentir. Doe-me na pele os aguçados espinhos do teu frágil olhar. Oh! E eu que sempre tive uma resposta para todas as interrogações…

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Reposição.

Tu...
Às vezes lembro-me de ti! Bem, provavelmente serão muitas vezes, mas ainda me custa falar e pensar nisso, quanto mais admitir.Foste, acho que poderia definir assim o que foi. Eras… muita coisa… em alguns momentos quase tudo, o real e o irreal, a chuva e o sol, a alegria e no fim a tristeza.Ainda tenho saudades tuas… creio que eventualmente sempre terei de uma forma ou de outra, sinto a tua falta… do teu sorriso, da tua alacridade contagiante, da teimosa estultícia com que celebravas os pequenos momentos da vida por mais simples que fossem…Sinto, senti como nunca tinha sentido antes, como pensava que não era possível sentir. Foi a esperança de um querer acriançado e ingénuo que me ligou de forma indelével a ti, que me fez ouvir a doçura da tua voz, as embriagadas palavras que murmuravas como Baco que me fizeram adormentar no sonho do inatingível, do quase real, do ilusório.Queria… e provavelmente ainda o quero… sentir o aroma a paixão que espraiavas. Queria, e ainda o quero… sentir o odor da incita distancia que nos separava, e que ao mesmo tempo nos unia. Acreditei e acredito ainda que poderia ter sido. Acredito que foi, não tenho dúvidas que Foste.Estás como estiveste um dia, e sempre estarás num lugar especial, no pequeno altar em que te colocaste e onde te celebrei. Há lugares que se ocupam para nunca se desocuparem, e mesmo na distância das palavras e dos gestos nunca deixarás de pertencer, onde desde o primeiro dia nunca deixaste de estar e hoje… gosto tão profundamente de ti, como no dia em que dissemos Adeus!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Fim de ciclo.

Apreciei a tua cáustica e violenta verdade.
Depois de adormecer na fantasia do imaginário, a frieza equatorial das tuas palavras foram como escalpelos em carne podre. Não posso mentir… fiquei desiludido!
Ainda assim, obrigado, foste tu quem me permitiu fechar um ciclo e viver de novo livremente como um animal selvagem, além do mais nunca tive jeito para esperar.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Enigmática.

Cheiram a malmequeres laranja e azuis, os teus vaporizados pensamentos escondidos que escolheste guardar bem no fundo do teu ser. São espectrais alegorias de carmesins significados, são gigantescas bolas de sabão inventado, são délficas alegrias de incontáveis segredos.
Deambula pela falaciosa irrealidade, deixa-te cair e deslizar pelas suaves penas da fátua estultícia, ri-te audaciosamente e diz adeus ao passado.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Excentricidade.

Porque me dizes não? Deixas-me diletantemente vazio com as tuas vagarosas palavras mortas de vacuidade.
Sabes… podíamos subir juntos, de mãos dadas, pela escada de quimeras açucaradas até ao cume do universo. Lá, podíamos saborear como rebuçados de ilustrados paladares a idílica sensação de sermos apenas a singularidade.
E que tal… o que dizes, queres tentar?

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Éden!

Sabem a estrelas candentes os breves momentos de lúcida alegria, que são como gemados malmequeres translúcidos do fervor endiabrado da sã estultícia.
As artísticas esculturas de ferro semeiam odores imperfeitos e selvagens, como grilhetas macilentas dos velhos vapores da guerra.
É um jardim efervescente de atlântica actividade. Sinto que um dia pode ser nosso.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Os velhos!

Oiço cantar a nossa pátria no abafado bramar dos incorruptíveis senhores que se robustecem com o decrépito estilhaçar do alabastrino pano da nossa bandeira. Zumbem gritos de amotinação, com a exultação alegórica da metamorfose lúdica dos sentidos exalados e reprimidos.
Calem-se tristes e taciturnos homens de ontem! Deixem-me ouvir o suave sopro de quem sente puramente o hino do povo.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Cálidas flores.

És quente como um iceberg antárctico. O fátuo fogo que emanas, gela-me o contristado espírito que procuro ocultar bem no âmago do meu vulcânico ser. Está bem, fica com a minha alma escrava, afinal, já incineras-te deleitosamente tudo o resto que estava em volta.