sábado, março 25, 2017

Teorias de intepretação!


Sabes o que mais queria? Que me pudesses adivinhar as palavras sem que eu tivesse sequer de as pensar e que te fosse possível compreender o sentido brando e polissémico do meu rio de sorrisos.
É que será que já imaginaste quanto seria o tempo roubado ao futuro se nos soubéssemos decifrar nos silêncios e nos olhares infinitos? Talvez desse para subirmos, como colibris que mergulham e regamboleiam, as escadarias torneantes dos arco-íris. Ou, quem sabe, para observar em surdina, no breu de uma noite desértica, imortais chuvas de estrelas cadentes.
Tu sabes o que tens e só tu podes fazer: pega na chave e destranca a porta!

sexta-feira, março 03, 2017

Desejos...


Apetece-me, muito, descascar-te! Doce e demoradamente, camada por camada até descobrir se os malmequeres cheiram a pores-do-Sol e se as andorinhas bebem a Primavera.
Apetece-me, demais, encontrar-te! Nos cruzamentos, entroncamentos e rotundas. Nas passagens de nível, nas passadeiras ou nos sinais vermelhos. No frio anoso das manhãs de Fevereiro ou no calor fragrante das tardes soalheiras de Agosto.
Apetece-me, nesciamente, adivinhar-te! Entre sorrisos e sardas, expectativas e apetites, silêncios envergonhados e vestidos brancos.