sábado, abril 22, 2017

Demanda sobre o tempo perdido!


Sinto, infelizmente, que, muito provavelmente, nunca serás mais do que uma singularidade aparentemente perfeita da minha delirante imaginação mas não consigo, apesar dos indícios da minha desordeira estultícia, deixar de tentar adivinhar a matéria intrínseca dos teus mais recessos pensamentos.
É claro que não sabes mas vivo, desde que te vi, uma existência atormentada! É que não apenas não consigo desvendar os segredos dos teus pensamentos como, ao longe, por mais que esforce a visão, a audição e o olfacto, nem sequer sou capaz de perceber se o castanho é mesmo a cor dos teus olhos, se a tua voz é harmoniosa como a de um anjo ou qual a fragância que polvilha a tua pele.
São tamanhas as incertezas que, em tantos momentos, tenho vontade de estender a mão para te tocar e, através do calor da tua pele, tentar perceber se és mesmo real ou, se afinal, és apenas como uma bolinha de sabão com sabor a algodão doce. Como era bom que quisesses ser real!