segunda-feira, dezembro 17, 2007

A adaga!

A porfia da existência que se abate sobre a dúvida e a incerteza, é como leves punhais de prata e rubis escarlates que em misantropa penetração do corpo castigam e esculpem formas quiméricas a seu belo prazer.
A busca incessante pela beleza e a perfeição toldam o racional espírito da conquista quotidiana, entorpecem a melancólica alegria do provável, incendeiam o presente com receio do futuro.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

A coroação...

Caçoadas talhadas num cardal de murmúrios ensinam verbos numa demência que aturde os viandantes incautos.
Vinde oh núncios do cerúleo deserto. Chegai a mim oh hercúleos protestantes. Entrai no meu orbicular e cantai-me as vossas façanhas pela terra. Depois ide. Derramai a santa palavra e comunicai a todos o quanto estou disposto a sacrificar por vós.

sábado, maio 05, 2007

Porquê?

Porque é que as palavras não nascem mais nos meus dedos?

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Concordâncias...

E quando me roubas os musicais e traquinas assobios com os teus cálidos e encarnados lábios de paixão? E quando sussurras baixinho ao meu ouvido as desconcertadas e líticas palavras que são como chamas macias e leves no fogo néscio do amor? E quando a tua cabeça encontra o meu peito numa detonação de alacridade cósmica? E quando os nossos olhos se encontram e o teu azul e o meu verde se misturam como gotas de água salgada sob o olhar do Sol?
Ah…! Será por tudo isto que sorrimos?

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Fénix...

Sinto açucaradamente o vento glacial que me roboriza a pele desnuda, enquanto no pico da falésia procuro, na imensidão da profundidade oceânica, a serenidade anunciada pelos arcaicos profetas das ideias.
Não existem quimeras perdidas no melancólico vazio, petrificadas reminiscências envoltas em lama negra e pútrida, momentos de êxtase enterrados no cinzento betão do passado… existem apenas doces sonhos, lilases recordações e vividas oportunidades que cunham forte na memória com cinzelos fulvos e grenás as experiências que fazem do presente a idílica oportunidade da fluorescência eterna.
Que se levantem os imortais por entre as folhas caídas do Outono, que do alto do Olimpo sejam cuspidos os trovões que incendeiam as florestas ressequidas e despidas de vida, que a catarse cantada rejubile na alegria do calor dos corpos e a tranquilidade onírica da felicidade reinventada e reconquistada me encante como da primeira vez!