domingo, abril 17, 2016

Sophia como Eurídice

Não sou eu que não existo, és tu! Aconteceste apenas numa criação da minha ébria imaginação. Num eclipse lunar numa tarde de primavera. Numa ilusão repleta de metáforas e acúleos venenosos.
Não fomos nós que não existimos, foste tu! Nós... nós beijámo-nos de mãos dadas nas praias desertas e silenciosas! Banhámo-nos desnudos nas margens saxosas dos rios encobertos. Silenciámo-nos encostados perante a grandeza do Amor. Dissemos a verdade durante toda a eternidade.
Não sou eu que não existo, és tu! Eu... eu percorro sozinho a extensão do enorme deserto. Sento-me na sombra dos feitos de Orfeu. Choro a dor de tu nunca teres existido!