quinta-feira, março 18, 2010

Sobre buracos negros e afins!

Às vezes sinto a tua falta... Sinto falta da serenidade do teu abraço e recordo-me da violência com que me puxavas para ti e docemente me enlevavas no teu peito. Sinto falta da matreira solicitude dos teus lábios e da esfusiante alucinação da sua solar gravidade. Sinto falta da brandura do teu perfume, da profundeza do teu salgado olhar e da tua saudável e linear imperfeição. Talvez seja só isso, sinto falta da tua existência!
Sei que nem sequer consegues ou queres talvez imaginar mas tu eras a minha catarse e a mais urgente e viva idealidade. Representavas na minha vida uma flagrante detonação do microcosmo, uma protuberância almiscarada na realidade, a perfeição da insanidade.
Sabes, tenho receio de não me conseguir lembrar mais de ti e de te perder, paulatinamente, na infinitude da minha imortalidade. Tenho receio que essa eternidade te apague da minha memória e que com ela se consuma toda e qualquer esperança ou alegria.
É verdade, às vezes sinto mesmo a tua falta... Falta da confirmação que não me perdi como uma andorinha na expectativa da Primavera. Falta da luz alabastrina do destino. Falta da certeza de que existo e de que estou aqui.

domingo, março 07, 2010

Sobre a luta!

Pergunto-me frequentemente se não serás apenas uma viciosa consequência da minha tenaz imaginação. Se não és o resultado de uma quimera alucinógenia ou de uma misógina embriaguez psicotrópica. Se possuis física existência fora do obscuro e confuso emaranhado do conceito de ideia.
É que sabes, às vezes sabes-me a trovoada... Consigo sentir o teu paladar violento, nervoso, explosivo! Noutras vezes sabes-me a queques quentes de chocolate. Doces, fantasiosos, admiráveis! Como uma detonação filantrópica de uma miríade de confetes e melodiosas gargalhadas...
Não existe espaço nesta realidade para essa tua perfeição! É uma perniciosa insanidade conceber sequer a possibilidade de te poderes realizar materialmente. É que o universo não comportaria tal deslustra que romperia com todos os tratados existentes!