quarta-feira, dezembro 15, 2010

Sobre a tristeza!

Encontro-te pesarosa e violentamente debruçada sobre uma irrealidade fantasmagórica que te rapina, nesciamente, a fosforescente alacridade com que encantas os meus olhos quando te vejo e imagino!
Sentenciando alarvidades pejadas de espinhos de murchas rosas e estuprando a sincera beleza que emanas, caem-te as pétalas candentes num jorro de murmúrios violentos que apagam a solicitude ascética da tua verdade.
Como morrem num ápice os anteriormente maravilhosos sorrisos cantados de alecrim e manjericão! Como explodem em anarquia e dolência as palavras dantes cuspidas em bolas de sabão e balões de ar quente! Como se retraem e morrem os dedos habituados aos saltitos nervosos da excitação!
Quero encontrar-te nas saliências rochosas dos castelos de areia! Ver-te pairar sobre a consciência amorfa da irrealidade! Quero sorrir-te nos reflexos salgados do mar de prata e sentir a saudade do futuro!