segunda-feira, janeiro 23, 2006

Reposição.

Tu...
Às vezes lembro-me de ti! Bem, provavelmente serão muitas vezes, mas ainda me custa falar e pensar nisso, quanto mais admitir.Foste, acho que poderia definir assim o que foi. Eras… muita coisa… em alguns momentos quase tudo, o real e o irreal, a chuva e o sol, a alegria e no fim a tristeza.Ainda tenho saudades tuas… creio que eventualmente sempre terei de uma forma ou de outra, sinto a tua falta… do teu sorriso, da tua alacridade contagiante, da teimosa estultícia com que celebravas os pequenos momentos da vida por mais simples que fossem…Sinto, senti como nunca tinha sentido antes, como pensava que não era possível sentir. Foi a esperança de um querer acriançado e ingénuo que me ligou de forma indelével a ti, que me fez ouvir a doçura da tua voz, as embriagadas palavras que murmuravas como Baco que me fizeram adormentar no sonho do inatingível, do quase real, do ilusório.Queria… e provavelmente ainda o quero… sentir o aroma a paixão que espraiavas. Queria, e ainda o quero… sentir o odor da incita distancia que nos separava, e que ao mesmo tempo nos unia. Acreditei e acredito ainda que poderia ter sido. Acredito que foi, não tenho dúvidas que Foste.Estás como estiveste um dia, e sempre estarás num lugar especial, no pequeno altar em que te colocaste e onde te celebrei. Há lugares que se ocupam para nunca se desocuparem, e mesmo na distância das palavras e dos gestos nunca deixarás de pertencer, onde desde o primeiro dia nunca deixaste de estar e hoje… gosto tão profundamente de ti, como no dia em que dissemos Adeus!

14 comentários:

Anónimo disse...

Memória...

p disse...

Pois, continua a ser o meu preferido :) Perfect! *

Anónimo disse...

cadê o texto seguinte????

Anónimo disse...

e hoje ao reler este texto adorei-o!

Filipe de Arede Nunes disse...

Obrigado Alya e Patricia.
Prometo que escrevo em breve...

André Couto disse...

Ao ser reposto, é pela segunda vez o teu melhor texto. Perdi a faculdade da adjectivação! LoL! Abraço!

Nádia disse...

Como é que consegues? Adoro!

Anónimo disse...

Poderia reconhecer em ti algumas destas emoções... há tanto tempo atrás...

Anónimo disse...

Bem me parecia que o conhecia... Foi engraçado ler agora e sentir tudo na primeira pessoa. Enquanto lia cada palavra, sentia cada palavra que já tinha escrito num livro infinito de páginas sem número possível. Talvez seja como Ernest Hemingway cujo livro te falei e não gostei, tenho tantos momentos que eles não chegam numa página ou outra. Talvez todo aquele esforço descrito por um peixe, seja em mim, toda a descrição de sentimentos como o Amor. Esse sentimento, que nem o próprio Prémio Nobel, nem eu, nem ninguém, poderemos um dia retratar. O trono que ocupam, na recordação, no calor do amor, não seria comparado a uma monarquia ou até com uma república, nem laços de sangue, nem eleições por nós... Mas uma coisa têm em comum, quem se senta nesse lugar tão alto, muda. Deixemo.nos de ilusões, se bem que até o doce sabor do sangue derramado por um golpe profundo sabe bem recordar. Deixemo.nos de ilusões, porque até os bons sonhos têm a sua parede, a sua página. Deixemo.nos de ilusões, porque cada toque fica descrito na nossa memória. E com ele, fica quem, as poucas pessoas, que poderam subir ao nosso trono. Deixemo.nos de ilusões, mas também sinto, o grande relevo que celebrei num só amor, que o "destino" juntou e sempre quis juntar. O tempo, o amor, a história, o espaço, tudo se conjugou numa conspiração para unir. Deixemo.nos de ilusões, toda essa conspiração ainda está presente, perseguindo.nos, torna.se até assustador. Deixemo.nos de ilusões... Mas será que... ?
Não sei. Mas... Continuar a viver e a sorrir com uma boa música como banda sonora... É um bom começo.

T. disse...

adorei, aliás como sempre...

no entanto o "dissemos" deixou-me a pensar...pk n foi um "disse" ou "disseste", era tão mais simples, não era? mas não necessariamente mais fácil...

hum..bem, quanto ao teu comment no meu último post =),"desejo da autora"? hum...de ser mãe? epah tão cedo não...da leveza de encontrar um "pirilampo"? Talvez...=D

bjos fica bem*

p disse...

Oh então e ainda não postaste mais coisas aqui? Estou à espera... E vergonha? Comparado com as minhas coisas? LOl Eu é que devia ter vergonha de publicar as minhas coisas sabendo que as vais ler, porque acho que já te disse que és das pessoas que conheço que melhor escreve! Vá, despacha-te a brindar-nos com outro texto brevemente :)*

Anónimo disse...

já tive oportunidade de te dizer que esta foi das melhores coisas que li.
há sentimentos que vivem em nós que simplesmente são realmente complexos de definir e tu chegaste lá, conseguiste dizer mais do que aquilo que eu por exemplo já anda a tentar dizer há muito, e foi por isso que o teu texto me soube tão bem.
sr dr és o maior!
Mafalda

Nádia disse...

Já comentei mas vou voltar a comentar... a última frase é tão doce quanto divinal...

Maria Paulo Rebelo, disse...

Não podia deixar de comentar! É, sem dúvida, um grande texto, um dos que mais gostei. Incrível a sua capacidade de mostrar em linhas os pensamentos que se nos escapam na alma e os sentimentos muitas vezes dificeis de exprimir que nos correm pelo coração... e tudo isso de uma forma tão transparente e genuina! Nem todos o conseguem, mas muitos assim aspiram! Ler estes seus textos faz-me perceber o quanto à sempre por aprender com quem sabe, e com quem sabe bem!