segunda-feira, dezembro 15, 2008

Manifesto

Uma reacção cataclísmica de sons e ideias brota da sistemática alarvidade que a Santa estultícia encerra numa profusão clamorosa de suspiros silvestres e grenás. A vertiginosa e latente catadupa de concordantes antíteses e ignífugos anzóis expira invariavelmente na antecipação agreste da verdade oculta.
As graníticas torres mordem e mutilam sensatamente a prudência e a vergonha, não se coibindo, nem sentindo necessidade de ocultar as provadas inspirações, na demanda pelos seus propósitos.
Por entre cilindros metálicos e bulldozers de guerra os infantis ideais sucumbem à organizada debandada dos selvagens bisontes. Venham agora os ebúrneos necrófagos saciar a sua ambição nos restos cristalinos dos despojos da batalha.

5 comentários:

Maria Paulo Rebelo, disse...

(Perdido por cem... já sabe que terá que "levar" com os meus comentários até ao enterro deste blog por que me "apaixonei")

Sinceramente nunca pensei que o meu estado de sonolência me levasse ao ponto de não conseguir ir além das suas linhas e compreender todo o enredo dos seus textos. Costumam dizer que há sempre uma primeira vez... pois!
I guess i'll give my eyes a rest para depois sim, com afinco e curiosidade, chegar ao cerne do "manifesto" do autor.

Apesar de o comentário não ter conteúdo absoluta e rigorosamente nenhum, a minha "ferrenhice" [a que muitos gostam de dedicar ao futebol (eu fico-me, entre outras, por comentários)] admiração por este blog impediu-me de passar e não comentar! Sorry though...

Tenho só a acrescentar que é agradável a constatação de que, ao invés de deixar morrer essa inspiração dourada, a tem avivado e produzido em escrito periodicamente. What's absolutly great! Keep on!

Take care,
Maria Rebelo

Maria Paulo Rebelo, disse...

Revoltado com algo? Já reli este texto umas oito vezes e em todas oito lhe decalquei términos demasiado fortes, demasiado revoltos por pontuais (ou não) indignações. Já recentemente postou que os seus textos não são autobiográficos. Mas mesmo assim, quem será suficientemente capaz de, quando escreve, quando procura dar a conhecer pensamentos seus (porque de mais ninguém serão) aos outros através da escrita, não deixar escorrer sentimentos próprios, opiniões pessoais, divagações íntimas? Ser humano que não é rocha, sente e pensa, pensa o que sente e sente o que pensa. Assim terá, sempre, a obra do artista, seu fragmento corpóreo, espiritual, que seja, se com amor por ele foi criada. E assim, confirmando-se, ainda que ténue, a ligação entre o que pensa e o que escreve, lhe digo que cá para mim quem precisava dos "beijinhos e abraços" da professora Madalena não eram os seus (dela) alunos... kidding ;)

Take care,
Maria Rebelo

Filipe de Arede Nunes disse...

Estes textos não são autobiográficos, mas naturalmente que é muito difícil a qualquer autor manter um distanciamento absoluto entre o que escreve e o que sente.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Maria Paulo Rebelo, disse...

Hoje, contrariamente ao que devia estar a fazer (estudar), fui assistir ao lançamento de um livro. Diga-se de passagem, que "duplamente contrariamente" (:S) ao que devia ter feito (assistir ao lançamento), comprei o livro e devorei-o na hora, não ligando nem a evento nem a ninguém.
De pouca relevância serviria este comentário se só o abordasse nestes termos, pelo que necessário será explicar circunstâncias:
Acontece que não foi um lançamento qualquer. Foi um lançamento de um livro de um blogista que há muito que se circunscrevia à sua coluna na internet mas que, finalmente, tomou o primeira rajada do propício vento primaveril e lançou-se em voo pleno.

Espero que perceba onde quero eu chegar! ;)

Take care,
Maria Rebelo

Maria Paulo Rebelo, disse...

Por favor... escreva.