sexta-feira, março 20, 2020

Para além de Paris.

Não mintas! Claro que adorarias que não tivesse sido tudo uma ilusão. Que fosse esperança para além da surpresa. Que pudesse ter havido perenidade na vontade de sorrir e a transmutação da pueril fantasia em realidade.
Não mintas! Percebeste desde o primeiro momento do desastre do teu delírio. Escolheste, imprudentemente, voar até ao Sol com asas de Ícaro. O que esperavas? Lá porque acreditaste que lhe podias segurar a mão, será que te julgaste com direito ao Olimpo?
Não mintas! A culpa é tua. Quem te mandou tentar roubar os deuses como o fez o filho de Jápeto? Foi a luxuria que te condenou ao fracasso.

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