Tu não és a verdade! Chegas a ser menos até do que a mais desprezível mentira. És abominável e arrogante. És a insónia e os suores frios. Nem sequer consegues sentir o cheiro das margaridas. Vives obsessivamente uma alucinação, uma quimera, um êxtase ininterrupto…
Tu não és a verdade! Não interessa se percorres o passeio de basalto de mão dada com aquela exultação mesquinha a que chamas Pandora! Ignoro, e confesso que quero continuar a desconhecer, o sabor das lágrimas que prometias carpir quando sentisses a nossa presença.
Tu não és a verdade! Será que conseguirias pelo menos ver o teu reflexo numa pedra de sabão? E sonhar com o saleiro púrpura do universo? Ou, talvez, saborear a brandura do chá japonês às onze da noite?
Eu sou a verdade! Deito-me e acordo com a certeza de ser incessante e inócua a procura! Vejo, em câmara lenta, o mundo correr no sentido inverso àquele para onde estou a rastejar. Consigo ler-te no fleumático fogo que crepita no horizonte. Tu não és a verdade, porque a verdade sou eu!
Tu não és a verdade! Não interessa se percorres o passeio de basalto de mão dada com aquela exultação mesquinha a que chamas Pandora! Ignoro, e confesso que quero continuar a desconhecer, o sabor das lágrimas que prometias carpir quando sentisses a nossa presença.
Tu não és a verdade! Será que conseguirias pelo menos ver o teu reflexo numa pedra de sabão? E sonhar com o saleiro púrpura do universo? Ou, talvez, saborear a brandura do chá japonês às onze da noite?
Eu sou a verdade! Deito-me e acordo com a certeza de ser incessante e inócua a procura! Vejo, em câmara lenta, o mundo correr no sentido inverso àquele para onde estou a rastejar. Consigo ler-te no fleumático fogo que crepita no horizonte. Tu não és a verdade, porque a verdade sou eu!